Visto que ainda ninguém neste blog falou do caso.
Visto que sou oficialmente o herege do grupo e se trata de cascar na Santa Mãe Igreja e num seu representante, cá vai disto:
Numa conversa recente o cardeal D. José Saraiva Martins chamou "anormais" aos homossexuais, afirmou que eles são incapazes de educar uma criança (razão pela qual é contra a adopção de crianças por casais homossexuais), mostrou-se contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo e uma vez mais avisou em relação ao casamento com muçulmanos.
Ora bem vamos a ver se me faço entender:
Primeiro que tudo os homossexuais tout court:
A igreja condena-os, chama-os de anormais mas acolhe-os no seu seio como sacerdotes (e acolhe pedófilos e outros predadores sexuais - piores que os homossexuais cujo o único crime é sentirem-se atraídos por pessoas do mesmo sexo).
Segundo chamar anormais aos homossexuais com base na bíblia:
“não é normal no sentido de que a Bíblia diz que, quando Deus criou o ser humano, criou o homem e a mulher” “É o texto literal da Bíblia, portanto esse é o princípio sempre professado pela Igreja”
Ora segundo me lembro de ler há já mais de 10 anos cientistas descobriram que a homossexualidade não é simplesmente uma opção ou estilo de vida mas é ditada por factores genéticos. Ora o Sr. Cardeal que me explique: segundo a sua fé nós somos feitos à imagem e semelhança de deus e se os homossexuais são como são, não por escolha mas por natureza, é porque deus os fez assim e como tal não deveriam ser condenados e perseguidos pela igreja mas sim acolhidos e respeitados.
Em relação a isto só mais duas afirmações hereges: "deus fez o homem à sua imagem e semelhança" é o texto literal da bíblia assim temos que deus é parecido com um arco-íris (branco, negro, vermelho, amarelo e todas as cambiantes resultantes da mistura de raças) hermafrodita e bissexual.
Terceiro não concordo com a afirmação que os homossexuais sejam incapazes de educar uma criança “Quando se juntam dois homossexuais, eles ou elas, se há crianças, evidentemente, aquela união, aquele casamento, não pode providenciar a formação das crianças” porque? acaso é errado ensinar às crianças que há mais à face da terra do que aquilo que lhes querem obrigar a aceitar? acaso é errado ensinar desde pequeno a aceitar valores como a diferença, a tolerância,etc... ou o Sr. Cardeal para além dos homossexuais também é contra a adopção por parte de pessoas solteiras (famílias onde não há um pai ou uma mãe) “Porque uma criança, para ser formada normalmente, precisa de um pai e de uma mãe e não de dois pais ou de duas mães”, pai e mãe “são diferentes, têm diferentes qualidades, completam-se mutuamente de uma maneira maravilhosa" nem sempre Sr. Cardeal, nem sempre...
Devo dizer que até certo ponto não concordo com a adopção por parte de casais homossexuais acredito que para o bom desenvolvimento mental das crianças é necessária ambas as figuras paterna e materna (além de que todos sabemos que as crianças podem ser cruéis e alguém com dois pais ou duas mães seria uma vitima perfeita para Bullying - agora até está na moda esta palavra) mas como já disse ensinava outros valores às crianças.
Quarto ponto o casamento entre pessoas do mesmo sexo:
A igreja é contra, já o sabemos. E não percebo porquê!!! Apenas vem oficializar uma situação em que muitos vivem já há anos. Dando-lhes no entanto garantias que hoje não tem.
O cardeal não deixou, no entanto, de considerar “ideal” a cooperação entre Igreja e Estado “na formulação de certas leis”. Entre as quais o casamento entre homossexuais, uma das bandeiras da moção que José Sócrates levou ao Congresso socialista de Espinho.
No evento , o cardeal português afastou a questão dos direitos civis dos homossexuais da esfera de competências da Igreja. “Quando se fala de direitos civis não tem de se interrogar a Igreja, tem de se interrogar o Estado. Quem elabora as leis do Estado não é a Igreja. Seria uma intromissão, evidentemente”“Nestes casos, neste sector em concreto, é absolutamente necessária uma colaboração sincera, autêntica e eficaz entre o Estado e a Igreja. E pode-se chegar a um acordo, cedendo um bocadinho dos dois lados. Não é opondo-se. É colaborando, é o diálogo”, E aí concordo com sua Eminencia, a Igreja não tem nada a ver com o Estado ou com as suas leis por isso: façam o favor de se calar!!! A gente sabe a vossa ideia de dialogo "façam o que a gente diz e mais nada" como em Itália com aquela história da eutanásia...
E nem adianta falar em referendos e tretas dessas que a gente sabe como são os portugueses ( e os políticos) em relação aos referendos. A maioria pura e simplesmente esta-se cagando. Se o resultado não agradar ao governo e aos políticos em geral aceita-se o facto de não ter havido a percentagem mínima de votos se agradar apesar de não se ter cumprido a percentagem mínima de votos aplica-se à mesma...
Por fim em relação aos casamentos com muçulmanos quando D. José Policarpo fez as suas declarações aqui há tempos eu compreendi e encarei-as como um aviso às diferenças culturais entre as duas religiões e principalmente à diferença do papel das mulheres nas duas religiões.
Mas agora começa a cheirar a intolerância religiosa... Já fizeram o vosso papel, avisaram as moçoilas casadoiras dos riscos que correm, dos trabalhos e sarilhos, etc... agora chega senão o pessoal só para fazer pirraça casa e casa mesmo.
“É absolutamente necessário que antes de uma senhora casar com um muçulmano tenha a certeza de que vai poder continuar, depois do matrimónio, a professar a sua fé cristã, tenha a certeza de que vai poder decidir o tipo de educação a dar aos próprios filhos”.
Está visto: o problema não é a escolha das moçoilas ou o “monte de sarilhos” é a perda de fieis.
Na conversa o Cardeal fez ainda a distinção entre "Dois tipos de muçulmanos" moderados e fundamentalistas. Até aí todos nós concordamos.
Para D. José Saraiva Martins, o diálogo com o Islão moderado é “inevitável, necessário e urgente”. Também concordamos.“É inevitável porque encontramo-los no nosso caminho. Eu encontro muçulmanos na rua, talvez no meu bairro, na fábrica, na universidade. Não podemos ignorar esta realidade”, afirmou. Aí o Sr. Cardeal vai-me desculpar mas já soa a xenofobia e intolerância religiosa do género: "A gente só fala com eles porque já cá estão". Pelo menos é o que dá a entender.
A impedir o diálogo com os sectores fundamentalistas, sustentou o cardeal, está a “concepção teocrática” da sociedade: “Eles concebem uma sociedade em que a religião é inseparável da política e a política da religião”.
“Nesta concepção muçulmana da sociedade é muito fácil que a política instrumentalize a religião e a religião instrumentalize a política. É evidente que é muito mais difícil, mas devemos distinguir os dois tipos de muçulmanos”, salientou.
Desculpem-me lá acho que não percebi: os fundamentalistas são aqueles que misturam a religião e a politica?
Tipo fazer campanha contra o referendo ao aborto? Ameaçar fazer campanha contra o Governo se avançar com os casamentos entre homossexuais? Exigir ser ouvida em todas as questões e todas as decisões do governo?
Percebi bem?
fonte das declarações menos felizes de sua Eminencia o Cardeal D. José Saraiva Martins:
Carlos Santos Neves, RTP
2009-02-18 08:24:29
o texto assinalado a roxo corresponde às declarações de D. José Saraiva Martins
o texto assinalado a laranja é da autoria do jornalista Carlos Santos Neves da RTP a quem eu, sem pudor, roubei partes de um artigo sobre o tema
o resto do texto é de minha inteira autoria e responsabilidade
NÃO IMPORTA QUEM LÁ ESTÁ... NÃO IMPORTA O QUE FAZ OU DEIXA DE FAZER... SOMOS CONTRA
SOMOS DO CONTRA
Bem vindos a este espaço que se quer acima de tudo de contestação e de humor.
Dizer mal só por dizer.
Bater no ceguinho.
Deitar abaixo pelo prazer de deitar abaixo.
Da politica ao futebol, passando pela religião.
Não queremos e não vamos poupar ninguém.
Vamos então começar que se faz tarde...
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6 comentários:
No essencial até concordo com o teor deste artigo seja nos principios defendidos (igualdade tolerância) seja nas opiniões e atitudes da igreja católica.
Mas a linguagem... um pouco forte não????
Há hipocrisia da parte da igreja? Há e muita. Como disse e bem o autor deste texto condenam os homossexuais mas aceitam-nos para padres e aceitam gente pior.
Há intolerância por parte da Igreja?
Há e muita. A boa notícia é que já houve mais.
Há ignorância. Há e já houve mais... graças a Deus está a diminuir. Ou estava até elegerem um nazi pra PAPA...
Ok ao que interessa toda a gente concorda que o Sr. Cardeal só disse barbaridades sobre os homossexuais e os muçulmanos (aqui até deve ter acertado uma ou outra)
mas cascar assim é talvez um pouco demais não?
Acusar a Igreja de intolerancia e defender o Islão é a meu ver o primeiro erro do autor deste texto.
Ele está claramente a inverter os papeis.
Depois esconder-se atras de uma alcunha para atacar o Sr. Cardeal sem sequer dar hipotese de defesa é mais do que cobardia é estupidez.
Deviam ter vergonha e pensar no que escrevem antes de atacar a Igreja e Deus.
Sim porque tudo neste texto desde o titulo até ao conteudo é uma clara tentativa de ofender a Igreja e os seus representantes.
Concordo plenamente com o conteudo deste texto.
Só quero saber quando é que a Igreja e seus representantes vão aprender a calar-se e não se misturarem com as decisões politicas do país?
A Igreja já não manda nos governos. Esse tempo já acabou há muito tempo.
Viva a separação do Estado e da Igreja.
A linguagem usada é no minimo revoltante.
Podem não concordar com as pessoas, mas elas tem direito à sua opinião.
Ofender só por ofender é grave.
Atacar alguém pela sua religião é mais grave ainda.
Atacar Deus e os seus representantes é imperdoavel.
Defendam as vossas ideias mas sem ofender ninguém nem as suas crenças.
Antes de mais vamos a ver se nos entendemos:
A linguagem é dura e crua? Paciencia pode ser que assim compreendam melhor a mensagem...
e já agora D. Maria Isabel eu não defendo o Islão ou ataco a Igreja (ou melhor ataco a Igreja sim senhor mas não defendo o Islão)e não vejo qual é a inversão de papeis que possa estar a fazer, ou se atacasse o Islão já estava tudo bem??? Eu não me limito a acusar a Igreja de intolerancia afirmo-o há inumeros casos de intolerancia por parte da igreja e as declarações do Sr. Cardeal são apenas um exemplo.
Eu não uso alcunhas ou nada do género e não me escondo atras delas Deus é o meu apelido o nome completo é João Carlos Deus.
E o Sr. Cardeal não deveria ter vergonha de atacar minorias? Que também não tiveram hipotese de se defender???
Quanto à D. Andreia: Quando chama anormais aos homossexuais o Cardeal está a fazer o quê?
Ele pode ofender e atacar que por ser padre as pessoas não tem o direito de se sentir ofendidas? Ou ele apenas defende uma ideia sem ofender ninguém? Eu não o ataco pela sua religião ataco-o pela sua hipocrisia ( a Igreja é há anos refugio de homossexuais) e ataco-o pela sua imperdoavel estupidez.
E eu não ataquei deus fiz tal como o sr. Cardeal uma "leitura literal" da Biblia.
Se a linguagem é dura paciencia mas é provavelmente a única linguagem que eles percebem.
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